A cirurgia bariátrica teve grandes avanços, possibilitando a realização de cirurgias menos invasivas e de rápida recuperação, quando comparada aos procedimentos realizados há alguns anos. Porém, uma grande preocupação por parte dos pacientes é sobre o pós-
operatório da cirurgia bariátrica.

Esse período requer todo cuidado e acompanhamento multidisciplinar, além de disciplina do paciente para seguir todas as recomendações médicas. Há uma série de medidas que precisam ser adotadas a curto e longo prazo, tanto para a readaptação do organismo quanto para manter a redução do peso proporcionada pela operação.

1 – PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO
A maioria das cirurgias atuais são realizadas por videolaparoscopia. O paciente já chega ao quarto do hospital com certa autonomia, já pode levantar, ir ao banheiro e se sentar. As orientações aos pacientes são de que caminhem. Em casa, o ideal é fazer pequenas caminhadas dentro ou ao redor da casa, evitando ficar muito tempo deitado. A recomendação é de 30 minutos de caminhada diária, com acréscimo gradual de outras atividades ao final do primeiro mês.

Seguindo orientações médicas, poderá receber líquido entre as 12 ou 24 primeiras horas. Quanto às dores, é normal o paciente sentir um pouco de dor nas primeiras horas após o procedimento, mas no dia seguinte à cirurgia essas dores desaparecem quase que totalmente. Se as dores persistirem, apesar de uso de analgésico, o que é raro, o paciente deve entrar em contato com a equipe médica.

2 – DIETA PÓS-OPERATÓRIA
Em relação à alimentação depois da cirurgia, o paciente deverá seguir rigorosamente todas as etapas do processo de recuperação (dietas: líquida, pastosa e sólida). Nos primeiros quinze dias após a cirurgia, a alimentação indicada pelo médico tem o objetivo de ajudar na recuperação e proteger o organismo. Esse primeiro mês é da recuperação do organismo e, depois, o da reabilitação. A dieta líquida e pausada é necessária para não forçar as linhas de sutura.

3 – ALIMENTAÇÃO
É extremamente necessário que o paciente siga de forma rigorosa as orientações alimentares da nutricionista. A ingestão é importante para evitar uma série de complicações, como desidratação, cálculos renais e até a trombose. Após a dieta líquida é indicada a dieta pastosa, a branda e só então a alimentação geral. Os pacientes são orientados a escolher alimentos saudáveis e nutritivos.

4 – IDENTIFIQUE UM SINAL DE ALERTA
Alguns sintomas merecem a atenção do paciente nos primeiros dias após a cirurgia. Os principais são dor que não melhora com medicação simples, febre de mais de 38 graus ou vômito persistente, além de estado alterado de comportamento como confusão mental, estar mais apático. É necessário estar atento a edemas de membros inferiores, principalmente se esses inchaços não forem simétricos.

5 – REPOSIÇÃO VITAMÍNICA
Normalmente, todos os pacientes precisam fazer reposição vitamínica após a cirurgia. A administração se dá entre as 3 e 4 semanas, coincidindo com a dieta mais pastosa. Geralmente com um complexo de vitaminas e complexo B e – para as mulheres –adicionamos cálcio e vitamina D, independente do tipo de cirurgia.

A longo prazo, é extremamente importante que o paciente mantenha hábitos de vida saudáveis, com alimentação nutritiva e prática de exercícios físicos regular, além das consultas com a equipe multidisciplinar. A obesidade é uma doença crônica e progressiva que deve ser tratada ao longo de toda a vida.

Fonte. Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica